O que é Sagrado Feminino?

Mais uma vez esse tópico? Sim. E principalmente porque as pessoas deturpam muito e começam a colocar significados que não fazem parte deste tema tão abrangente. Na minha Especilização na Abordagem Junguiana, fiz uma pesquisa e monografia sobre esse tema, da Mulher, do Feminino e da Anima. Ali o objetivo era traçar um histórico dentro da própria teoria, mas no processo de elaboração, eu precisei ler muitos autores que falaram sobre esse tema. E é isso que quero compartilhar com você, de uma perspectiva da Psicologia Analítica Junguiana, o que é Sagrado Feminino.

Mais uma vez esse tópico? Sim. E principalmente porque as pessoas deturpam muito e começam a colocar significados que não fazem parte deste tema tão abrangente. Na minha Especilização na Abordagem Junguiana, fiz uma pesquisa e monografia sobre esse tema, da Mulher, do Feminino e da Anima. Ali o objetivo era traçar um histórico dentro da própria teoria, mas no processo de elaboração, eu precisei ler muitos autores que falaram sobre esse tema. E é isso que quero compartilhar com você, de uma perspectiva da Psicologia Analítica Junguiana, o que é Sagrado Feminino.

Para começar qualquer assunto que envolva temas tão amplos, é importante entender como isso é visto pelos analistas junguianos. Jung trouxe na sua teoria o conceito de Inconsciente Coletivo. Para ele, trata-se de conteúdos que são compartilhados em todos os seres humanos e que não se limitam a espaço ou tempo. Portanto, seriam algo que pertence aos seres humanos e que a qualquer momento poderiam ser acessados. Para exemplificar, em muitas sociedades e culturas, tanto que não existem mais (de passado muito antigo) até atualmente, é possível observar como alguns elementos possuem os mesmos significados, como a luz do Sol e o lado obscuro da Lua. Muitas culturas cultuam e praticam rituais com o intuito de terem a influência desses astros.

E o que isso tem a ver com sagrado feminino?

Para além de gênero, orientação sexual, identidade de gênero, coletivamente temos muitos elementos associados a Masculino e Feminino. Jung trouxe esses aspectos em sua teoria, que inclusive auxiliaram na elaboração dos conceitos de Anima e Animus, mas além de Jung, esses elementos Masculino e Feminino estão presentes em muitas culturas. Estão presentes em todos os seres humanos como opostos que se complementam, desde o Taoísmo com Yin e Yang e Hinduísmo com Shiva e Shakti.

O Feminino seria uma energia mais sutil, intuitiva, fluida, capaz de gerar vida, admiração, emoções. O Masculino é o que traz a sustentação, a firmeza, a estrutura, a organização e definição. Se você vê alguma relação com patriarcado é exatamente isso. O patriarcado é marcado pela energia masculina, mas isso nada tem a ver com homem ou mulher. Isso está presente em todos nós, basta que exista um equilíbrio. Um precisa do outro, se não se perde e retorna em seu lado mais sombrio. Exemplos? Claro. Já viu aquela pessoa que não fala de emoções, não entra em contato com nenhum sentimento e não se permite se deixar levar? Só controlando e dando explicações racionais para tudo? Uma pessoa assim está predominantemente com seus aspectos masculinos presentes. Mas o outro lado precisa vir também. O equilíbrio é necessário. Como isso acontece? A pessoa não dá abertura, mas isos precisa vir. Existem, então, momentos explosivos sem justificativa ou razão, compulsões, doenças somáticas, abusos de substâncias toxicológicas, etc. Claro que aqui estou trazendo de uma forma super rasa e somente para exemplificar. Existem muitas outras coisas que acontecem, mas no superficial é mais ou menos assim.

E como trazer o Sagrado Feminino pra tudo isso?

Feminino, como disse, tem muitas facetas, inclusive toda a sua complexidade emocional. O Sagrado Feminino seria, então, olhar para os elementos Femininos e encará-los como sagrados, não como algo a ser reprimido, escondido. Na literatura junguiana, esse termo não é muito comum, mas menciona-se muito a deusa, que seria basicamente tudo do Feminino o que estamos distantes nesse momento. Alguns autores mais conhecidos que abordam esse tema e que gostaria de mencionar são Edward Whitmont e Joseph Campbell. O primeiro tem um livro intitulado O Retorno da Deusa que traz exatamente esse momento de transição e necessidade do reconhecimento dos aspectos femininos enquanto sociedade e coletivamente.

O que é Sagrado Feminino então?

Portanto, se eu buscar simplificar tudo isso, o Sagrado Feminino seria buscar encontrar dentro de si essa conexão com aspectos não tão valorizados na nossa cultura, como a emoção, a introspecção, a observação, a fluidez, o desconhecido, o intuitivo…. Tudo relacionado ao Feminino reprimido!!!! Isso acaba acontecendo como que um evento coletivo e principalmente em mulheres. Se eu tentar te explicar o porquê, apenas de uma opinião pessoal e do que já li, diria que é principalmente porque isso é mais estimulado socialmente em mulheres que em homens, onde é possível ouvir comentários machistas (e mais uma vez repressores) das questões do próprio Feminino. Quem já não ouviu que “homem não chora” ou “isso é de mulherzinha”.

E como se conectar com o Sagrado Feminino?

O caminho é para dentro de você. Não é necessário fazer qualquer tipo de ritual, comprar velas e incensos e se transformar em uma pessoa mística. O que você pode fazer se sentir que faz sentido é primeiro começar a se observar. Muitas das respostas que você procura já estão dentro de você. Claro que muitas vezes se observar já é algo muito difícil e distante, eu sei disso, mas tente observar sem qualquer preconceito, pensamento ou restrições. Se você conseguir fazer isso quando estiver envolvida em uma onda de sentimentos e emoções melhor ainda! Por que? Nesses momentos é o seu mais íntimo conversando com você, que tanto tentamos fugir e nos esconder pelas máscaras e defesas.

O Feminino é se abrir, se entregar e confiar em tudo aquilo que você não sabe. É abrir a possibilidade de se conhecer para além de justificativas racionais. É ampliar outras percepções que buscam sempre dialogar com nós mesmos, mas que tanto evitamos.

E por que fazer isso?

Tudo aquilo que não é reconhecido, acaba vindo de uma forma destrutiva. Uma frase muito dita e conhecida do Jung já nos contava isso: “ Tudo aquilo que não enfrentamos em vida acaba se tornando o nosso destino” e também “ O que negas te subordina. O que aceitas te transforma.”

Então por que? Porque tudo aquilo que você reconhece, que você sabe sobre você, que você acolhe e aceita na tentativa de tentar se transformar, não tem poder de te tirar do seu eixo e te desestabilizar. O autoconhecimento é o que proporciona essa mudança significativa na vida de qualquer pessoa. Eu mesma tenho vários exemplos de situações em que me vi quase me deixando levar por comentários banais, mas ao saber de fato quem sou, estes não tem impacto sobre como devo me sentir.

Quer que eu seja mais objetiva? Uma situação em que alguém faça algum comentário depreciativo a respeito da sua capacidade, por exemplo, dizendo que você não consegue fazer algo. Se realmente é uma dificuldade sua e você reconhece, você apenas concordaria com a pessoa. Se é algo que você sabe fazer e não tem dúvidas disso, esse comentário também não significa nada porque você sabe que consegue. Mas se você não se conhece, duvida de si mesma, se compara, ao ouvir comentários assim, automaticamente já começa a se questionar, se sentir incapaz e relacionar com outros gatilhos na sua própria mente.

Isso tudo não força sobre você se conhece. Isso é autoconhecimento.

E o que mais vem com isso? Autoconfiança, autoestima, amor-próprio, sensação de suficiência.

Sim, isso tudo porque você começou a olhar para o que nega em si através da permissão de enxergar aquilo que está tão reprimido, que enquanto sociedade é o Feminino. Então imagine uma transformação nesse âmbito mais coletivo? Como seria se conseguíssemos enxergar para além dos limites, das caixinhas, dos estereótipos, dos estigmas, das atribuições de valores? Se pudéssemos enxergar cada um como se é e entender que está tudo bem? Esse trabalho começa em você não julgando, não criticando e não reprimindo a expressão do outro. Em uma sociedade com valores tão Masculinos, somos ensinados a todo o tempo nos compararmos, medirmos, padronizar, e tudo aquilo que é diferente não é aceito.

Isso é exatamente o contrário daquilo que eu acredito ser o caminho. Inclusive no processo de terapia, não tem como eu te dizer o que você deve fazer, o que vai te fazer feliz e quais decisões você deve tomar. Isso porque eu respeito a sua individualidade e aquilo que você sente ser o melhor para você.

Portanto, Sagrado Feminino não é sobre rituais, velas, incensos. É sobre você, é sobre mim, é sobre nós. É sobre aceitar, acolher, observar, respeitar. É sobre olhar para dentro e refletir fora o mais puro de quem você é e aceitar isso no outro.

E olhar para você inicia nesse mergulho profundo dentro de si mesma. Inicia no momento que você entende que tem cura onde você  esconder e fugir. É este o caminho. O caminho é esse. E se você quiser e sentir que posso ser sua parceira na sua jornada para dentro de você, me mande uma mensagem para iniciarmos esse processo de transformação e descobertas dentro de você.

Sinta-se a vontade para começar a frequentar meus Ciclos Sagrados sobre Mulher, Feminino e o Sagrado. Você é muito bem-vinda! Para mais informações, só me mandar mensagem em qualquer meio de contato que você preferir.

Aguardo você!

Com carinho,

Por Amanda Abade.

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Prazer, eu sou

Sou psicóloga, mas sou muito mais. Jung dizia, “Conheça todas as teorias, domine todas as técnicas, mas ao tocar uma alma humana, seja apenas outra alma humana.”

Te convido a se descobrir também. Não há respostas prontas nem caminhos fixos. O segredo está na sua vontade.

Vamos pelo feminino, pelas sombras, pelos medos, pelas inseguranças. Passaremos por lugares muito difíceis, mas eu sempre estarei olhando para você.

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