Sobre ser psicóloga e estar trabalhando tantra:
Primeira coisa que precisamos ver é a definição de ciência. Segundo Michaelis, temos algumas definições:
1 Conhecimento sistematizado como campo de estudo: “[…] precisa também aprender a usar bem o lazer que um dia a ciência, ajudada pela técnica, lhe há de proporcionar” (EV).; 2 Observação e classificação dos fatos inerentes a um determinado grupo de fenômenos e formulação das leis gerais que o regem.; 3 O saber adquirido pela leitura e meditação.; 4 Soma dos conhecimentos práticos que servem a determinado fim.; 5 Conjunto de conhecimentos humanos considerados no seu todo, segundo sua natureza.
Então, quando existe um questionamento da precedência científica, sobre qual ciência estamos falando? A ciência NÃO é só o modelo cartesiano, que dizemos “ciência” como algo comprovado, padronizado e passível de reprodução. Ciência, segundo o mencionado, é o saber. E esse saber, esse conhecimento, pode vir de diversas aéreas.
Existe o conhecimento das ervas, das cores, dos cheiros, da natureza. Existe o conhecimento ancestral, tribalista, regional. E por que esse conhecimento seria menos? Por que deve ser reprimido?
O tantra é sim ciência! Depende do que você chama e classifica de ciência, mas é! Talvez não cartesiana? Talvez não. Mas isso não delimita sua veracidade ou possibilidade de gerar transformação.
O tantra tem origens milenares, em uma cultura não europeia ocidental, portanto estamos distantes desse conhecimento. Isso pode assustar e gerar comentários do tipo: jovem mística ou até um tabu enorme envolvendo seus benefícios. Mas é isso que enquanto psicóloga e da minha experiência pessoal com o tantra, busco trazer. É um convite para tirar esse olhar preconceituoso que te impede de crescer. É um olhar que te coloca dentro de uma caixinha e tudo que está fora da caixinha você julga. Estou te fazendo um convite para experimentar o que é estar um pouco fora dessa caixinha. Fora de todas as coisas que você acha que conhece. É para estar fora de tudo que você aprendeu. Assim como eu fiz.
Eu dei esse passo buscando algo mais forte dentro de mim e quando me percebi estava no tantra. E não é uma jornada que se encerra, ela apenas começou. Quando vejo os benefícios na minha vida, é impossível querer guardar tudo isso só pra mim. Limitar isso a apenas a minha existência é muito egoísta, pois sei por experiência própria vivenciada com Prem Samit que é possível sair dessa caixa.
Não precisa ter medo ou receio, apenas confiar. Confie em você. Confie em mim. Confie na sua jornada. Talvez tudo que você saiba não seja tudo que existe para saber. Que tal descobrir mais? Que tal se permitir ir além? Que tal acessar um conhecimento científico milenar? Que tal se permitir descobrir o que tem além do ocidente? Descobrir o que tem além do nosso tempo acessando algo que ultrapassa gerações e se mantém forte? Isso é o tantra!
Por isso digo: eu sou psicóloga, e isso me torna interessada em seres humanos e suas práticas. O tantra faz parte disso e a espiritualidade também. Não é um viés religioso, mas experiencial.
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Com carinho,
Por Amanda Abade/ Deva Kanti
